Cadmo (desde 1991)
Iniciou no ano de 1991, com a publicação do seu primeiro número, a demanda de CADMO, sob esta forma de revista. Tal como para o herói lendário de Tiro que lhe deu nome, o Oriente era o seu ponto de partida e assumia-se como seu objecto científico específico, o mesmo Oriente que o nome fenício de Cadmo significava e que com esse nome era assumido e se proclamava como objecto de investigação científica e motivação historiográfica.
Ao longo de um quarto de século que já leva percorrido, numerosos orientalistas nacionais e estrangeiros expuseram, nas suas páginas, investigações e leituras, tanto em português como noutras línguas. É o signo de Babel reassumido, mas, desta vez, restaurado, com uma clara intenção de convergência, para uma construção eficaz.
As várias e antigas áreas do orientalismo pré-clássico, Egipto, Mesopotâmia, Pérsia, Síria, Palestina, Anatólia, bem como as vicissitudes de uma longa história humana que nos liga àquelas paragens do Mediterrâneo oriental, todas foram objecto de tratamento, em análise pormenorizada ou em comentários de síntese mais aprofundada.
A partir do seu número 16, entretanto, novos sonhos, novos interesses e novas apetências vieram proporcionar aos investigadores de História Antiga do Centro de História da Faculdade de Letras de Lisboa a oportunidade de, à sombra do nome de Cadmo, não se sublinhar apenas o ponto de partida oriental com o seu estatuto de proto-civilização. Se a viagem de Cadmo demandava Europa, íntima e irmã, impunha-se valorizar igualmente o ponto de chegada e toda a sua riqueza de materiais históricos e culturais. Ao grupo de historiadores do mundo oriental pré-clássico veio juntar-se o dos historiadores do mundo clássico. Juntos reforçam agora grandemente a comitiva de Cadmo, principal grupo dinamizador da sua demanda por Europa.
A este grupo local de dinamização anuíram em associar-se uma pléiade de prestigiados nomes de cientistas, nacionais e estrangeiros, pertencentes às mais variadas universidades irmãs e cúmplices no cultivo das matérias da História da Antiguidade. É com toda a gratidão que acolhemos o entusiasmo acrescido que a sua disponibilidade nos traz.
A experiência e a satisfação já conseguida nestes anos de investigação comum fizeram-nos amadurecer para a consciência de que a associação aprofundada de ambas as matérias na historiografia da Antiguidade, a pré-clássica e a clássica, se justifica plenamente e não só pelo âmbito implicitamente definido nos dois principais momentos do itinerário de Cadmo, a partida e a chegada, representados por estes dois mundos. Hipotéticos incómodos de concorrência ou “inveja dos sábios”, no dizer de um provérbio hebraico, não nos causam inibição, pois nos move a certeza de que cada um destes mundos representa uma fonte primigénia e específica para dimensões patrimoniais complementares, que continuam a integrar e a marcar no essencial os conteúdos do nosso próprio devir histórico.
José Augusto Ramos, Lisboa, 27 de Janeiro de 2015
Para mais informações e submissão de trabalhos, clique aqui.
Ao longo de um quarto de século que já leva percorrido, numerosos orientalistas nacionais e estrangeiros expuseram, nas suas páginas, investigações e leituras, tanto em português como noutras línguas. É o signo de Babel reassumido, mas, desta vez, restaurado, com uma clara intenção de convergência, para uma construção eficaz.
As várias e antigas áreas do orientalismo pré-clássico, Egipto, Mesopotâmia, Pérsia, Síria, Palestina, Anatólia, bem como as vicissitudes de uma longa história humana que nos liga àquelas paragens do Mediterrâneo oriental, todas foram objecto de tratamento, em análise pormenorizada ou em comentários de síntese mais aprofundada.
A partir do seu número 16, entretanto, novos sonhos, novos interesses e novas apetências vieram proporcionar aos investigadores de História Antiga do Centro de História da Faculdade de Letras de Lisboa a oportunidade de, à sombra do nome de Cadmo, não se sublinhar apenas o ponto de partida oriental com o seu estatuto de proto-civilização. Se a viagem de Cadmo demandava Europa, íntima e irmã, impunha-se valorizar igualmente o ponto de chegada e toda a sua riqueza de materiais históricos e culturais. Ao grupo de historiadores do mundo oriental pré-clássico veio juntar-se o dos historiadores do mundo clássico. Juntos reforçam agora grandemente a comitiva de Cadmo, principal grupo dinamizador da sua demanda por Europa.
A este grupo local de dinamização anuíram em associar-se uma pléiade de prestigiados nomes de cientistas, nacionais e estrangeiros, pertencentes às mais variadas universidades irmãs e cúmplices no cultivo das matérias da História da Antiguidade. É com toda a gratidão que acolhemos o entusiasmo acrescido que a sua disponibilidade nos traz.
A experiência e a satisfação já conseguida nestes anos de investigação comum fizeram-nos amadurecer para a consciência de que a associação aprofundada de ambas as matérias na historiografia da Antiguidade, a pré-clássica e a clássica, se justifica plenamente e não só pelo âmbito implicitamente definido nos dois principais momentos do itinerário de Cadmo, a partida e a chegada, representados por estes dois mundos. Hipotéticos incómodos de concorrência ou “inveja dos sábios”, no dizer de um provérbio hebraico, não nos causam inibição, pois nos move a certeza de que cada um destes mundos representa uma fonte primigénia e específica para dimensões patrimoniais complementares, que continuam a integrar e a marcar no essencial os conteúdos do nosso próprio devir histórico.
José Augusto Ramos, Lisboa, 27 de Janeiro de 2015
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With the publication of its first issue in 1991, CADMO began its quest as a journal. Like the legendary hero from Tyro, after whom it was named, the East was their point of departure and their specific scientific purpose. The Phoenician name Cadmus had that same meaning, East, and with that name it assumed and proclaimed itself to be an object of scientific research and historiographical motivation.
During CADMO’s twenty-five years of existence, numerous national and foreign Orientalists have shared in its pages their research and readings, both in Portuguese and in other languages. It is the reasserted sign of Babel, but now restored with clear converging purposes of an effective construction.
The various ancient areas of pre-classical Orientalism, i.e., Egypt, Mesopotamia, Persia, Syria, Palestine and Anatolia, as well as the vicissitudes of an age-old human history connecting us with those Eastern Mediterranean regions have all been object of study, either by means of detailed analysis or more summary comments.
In the meantime, since its 16th issue, new dreams, new interests and new aspirations have offered the researchers in Ancient History of the Centre of History of the Faculty of Arts, University of Lisbon, the opportunity to go further under the name of Cadmo, without confining themselves to highlighting the East as departing point or its status of proto-civilisation. If Cadmus’ journey was aiming for Europa, both his intimate and sister, then it was equally relevant to value his point of arrival, with all its wealth of historical and cultural materials. As such, historians in Classical Studies came to join the historians of the Eastern pre-classical world. Together, they now greatly enhance Cadmo’s retinue and form the main driving force in its quest for Europa.
A cluster of prestigious names of national and foreign scientists, from various universities that are sisters and accomplices in cherishing Ancient History, have agreed to join this local dynamic group. We gratefully appreciate and harbour the increased enthusiasm that their availability has brought us.
The experience and satisfaction we have gained throughout these years of common research have made us more mature and aware that the closer association of both subjects in Ancient historiography, pre-classical and classical, is wholly justified. Not only because of the implicit scope of the two main moments of Cadmus’ itinerary, the departure and the arrival points, represented by these two worlds. Hypothetical disturbances due to competition or to “wise men’s envy”, as a Hebrew saying goes, do not encumber us, since we are moved by the certainty that each of these worlds represents a primigenial, specific source for complementary heritage dimensions, which continue to incorporate and mark the essential contents of our own historical ever-changing evolution.
José Augusto Ramos, Lisbon, January 27, 2015.
For further information and to submit a proposal, please click here.
During CADMO’s twenty-five years of existence, numerous national and foreign Orientalists have shared in its pages their research and readings, both in Portuguese and in other languages. It is the reasserted sign of Babel, but now restored with clear converging purposes of an effective construction.
The various ancient areas of pre-classical Orientalism, i.e., Egypt, Mesopotamia, Persia, Syria, Palestine and Anatolia, as well as the vicissitudes of an age-old human history connecting us with those Eastern Mediterranean regions have all been object of study, either by means of detailed analysis or more summary comments.
In the meantime, since its 16th issue, new dreams, new interests and new aspirations have offered the researchers in Ancient History of the Centre of History of the Faculty of Arts, University of Lisbon, the opportunity to go further under the name of Cadmo, without confining themselves to highlighting the East as departing point or its status of proto-civilisation. If Cadmus’ journey was aiming for Europa, both his intimate and sister, then it was equally relevant to value his point of arrival, with all its wealth of historical and cultural materials. As such, historians in Classical Studies came to join the historians of the Eastern pre-classical world. Together, they now greatly enhance Cadmo’s retinue and form the main driving force in its quest for Europa.
A cluster of prestigious names of national and foreign scientists, from various universities that are sisters and accomplices in cherishing Ancient History, have agreed to join this local dynamic group. We gratefully appreciate and harbour the increased enthusiasm that their availability has brought us.
The experience and satisfaction we have gained throughout these years of common research have made us more mature and aware that the closer association of both subjects in Ancient historiography, pre-classical and classical, is wholly justified. Not only because of the implicit scope of the two main moments of Cadmus’ itinerary, the departure and the arrival points, represented by these two worlds. Hypothetical disturbances due to competition or to “wise men’s envy”, as a Hebrew saying goes, do not encumber us, since we are moved by the certainty that each of these worlds represents a primigenial, specific source for complementary heritage dimensions, which continue to incorporate and mark the essential contents of our own historical ever-changing evolution.
José Augusto Ramos, Lisbon, January 27, 2015.
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