O domínio da água pode considerar-se como um observatório, um espaço de consciência histórica e de dinâmica social, ao focalizar o modo como as comunidades a exploram, a utilizam, a gerem e a partilham, sendo um indicador das estruturas do grupo, ao nível das suas representações mentais, ritos e tradições. Neste âmbito, as comunidades científicas têm desenvolvido projetos redimensionados para novos valores patrimoniais, ambientais e geopolíticos, através de percursos pluridisciplinares e, ao mesmo tempo, tem-se criado observatórios, os quais ao relerem a geo-história da bacia mediterrânica e das suas margens saharianas,a identificam enquanto laboratório de e para a gestão da água. O Projeto em rede «As culturas históricas da água em meios áridos e semiáridos», desenvolvido no quadro da cooperação científica argelino-portuguesa, entre o Centro de História da Universidade de Lisboa e a Universidade de Biskra, correspondente a uma matriz do novo paradigma da cultura da água, integra a perspetiva de geocientistas e de cientistas sociais numa abordagem sistémica das interações sociedade-meio-ambiente |