Ciclo Tubos de Ensaio: História em Laboratório 9.ª Sessão Mesa-redonda: A Universidade entre reformas. Da reforma manuelina à reforma pombalina Org. Rui Rocha 7 de Junho de 2023 | 17h00 | B112.B Participantes: Carlos F. T. Alves (CHSC-UC) Rui Rocha (CH-ULisboa) Sobre o Ciclo: O Grupo de Investigação Culturas e Sociedade de Encontro do Centro de História da Universidade de Lisboa (CH-ULisboa) está a organizar o Ciclo Tubos de Ensaio: História em Laboratório, que pretende constituir-se como espaços de debate público de problemáticas de investigação histórica, de estímulo ao desenvolvimento de projetos de investigação, e de divulgação da investigação a decorrer no CH-ULisboa. Descarregar cartaz Mais informações sobre o ciclo Organização GI Culturas e Sociedades de Encontro Comissão Organizadora Armando Norte Carlos Almeida Filipa Roldão Inês Lourinho Rui M. Rocha |
A figura do príncipe herdeiro da Época Moderna é por vezes pouco conhecida, nomeadamente quando não chegaram a reinar. A historiografia portuguesa tem-lhes feito referência, grosso modo, ao estudar o rei ou a rainha, seus progenitores. Distintos entre si, quer na personalidade, quer na envolvência política e cultural, os herdeiros do trono tiveram em comum o facto de constarem no primeiro lugar da sucessão à coroa portuguesa. Como tal, seria expectável que recebessem uma esmerada educação e preparação para reinar, após o falecimento do monarca. O interesse relativamente recente por este tema permite, nestas Jornadas, dar a conhecer a educação e o papel político dos herdeiros do trono português, sobretudo nos séculos XVI e XVII. Programa
A importância das ilhas de Cabo Verde, ao longo dos séculos, sempre foi marcada pela sua posição geoestratégica no espaço atlântico. Estas ilhas estavam geograficamente próximas da região da costa da Guiné, para que os seus moradores pudessem participar no comércio realizado nas margens dos Rios vindos do hinterland africano, mas usufruiriam, ao mesmo tempo, da segurança que a insularidade lhes proporcionava. Assim, as ilhas de Cabo Verde foram, desde o final do século XV até aos inícios do século XVII, um entreposto de mercadorias trocadas entre vários espaços mundiais. Navios, homens, animais, plantas, alimentos, mercadorias mais ou menos valiosas, informações vindas de todo o globo cruzavam-se no espaço cosmopolita da Ribeira Grande, primeira capital portuguesa nos Trópicos. Os séculos XVII e XVIII, afastando Cabo Verde dos grandes eixos comerciais, obrigaram a uma reestruturação da sua economia alterando a constituição da sociedade. Neste espaço insular operou-se uma “interiorização”, uma viragem para dentro de si próprias que conduziu a uma exploração incessante de produtos locais que permitissem a subsistência de uma população maioritariamente formada por mestiços e forros. No entanto, no século XIX, as mudanças económicas provocadas pela Revolução Industrial Inglesa, a partir de 1750, promoveram, novamente, que este arquipélago assumisse a um papel importante nos negócios atlânticos. Foi a vez da povoação do Mindelo e do seu Porto Grande, na ilha de São Vicente, se transformassem num novo centro cosmopolita, cheio de ocupações económicas e transações financeiras, de aplicações tecnológicas modernas e local onde circulavam as notícias mais recentes de todo o espaço ultramarino. Os membros da sociedade europeia que aí se estabeleceram espalharam pelo espaço mindelense um “glamour” especial; para que estas transformações se verificassem contribuiu de novo a posição geoestratégica do arquipélago e não qualquer riqueza natural autóctone. A conjuntura que conduziu para a “construção” deste novo espaço cosmopolita na capital de São Vicente, o porquê do mesmo e as suas reais repercussões económicas e financeiras para o arquipélago são alguns dos aspetos sobre os quais se pretende refletir nesta conferência. Maria Manuel Ferraz Torrão – Investigadora doutorada Integrada do Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, docente e subdiretora da Licenciatura de Estudos Africanos da mesma Faculdade. No âmbito desta licenciatura, estruturou e leciona a disciplina de História de Cabo Verde, única Unidade Curricular em todas as Universidades portuguesas que tem como objeto de estudo a história de uma ex-colónia de Portugal.
Doutorada em História Moderna pela Universidade dos Açores, foi investigadora do Instituto de Investigação Científica Tropical entre 1987 e 2015, onde integrou a equipa luso-caboverdiana que elaborou o Projeto de História Geral de Cabo Verde, um marco de grande importância na historiografia daquele país tropical. Colaborou, igualmente, em muitos outros projetos de cooperação com a República de Cabo Verde, dado que a história destas ilhas e o seu relacionamento intercontinental e seu papel geo-estratégico no Atlântico foram os seus principais objetos de estudo. As suas investigações debruçam-se sobre vertentes tão distintas como o tráfico de escravos entre Cabo Verde, a costa da Guiné e a América Espanhola, os agentes económicos, nomeadamente, as famílias luso-castelhanas que se movimentam nestes circuitos comerciais, a circulação de cultura material e imaterial através deste espaço, a cartografia histórica do arquipélago bem como temáticas relacionadas com a história ambiental e as expedições científicas às ilhas, em particular a realizada por João da Silva Feijó no final do século XVIII. A sua produção científica está patente em capítulos de livros sobre a história das ilhas de Cabo Verde, artigos em revistas científicas nacionais e estrangeiras, participou e organizou em variados congressos, seminários internacionais e exposições, coordenou, igualmente, a edição de coletâneas documentais; publica ainda artigos de divulgação sobre a História de Cabo Verde para o público em geral.
Sinopse: Está em curso, no Arquivo Histórico Ultramarino, o tratamento de um conjunto de séries de telegramas do Gabinete do Ministro do Ministério das Colónias / do Ultramar incorporadas na sequência do 25 de Abril de 1974. Datados entre os anos 40 e 50 do séc. XX e 1974-1975 e trocados com as anteriores colónias portuguesas, em número e extensão variável, tiveram organizações e níveis de classificação de segurança que se procura apreender, também, na relação com conteúdos informativos e intervenientes. Tais aspetos, bem como os circuitos percorridos por estes telegramas e a função que desempenharam na atividade governativa colonial, podem constituir uma boa ferramenta no sentido da respetiva informação melhor ser contextualizada, percebida e utilizada hoje. Nota biográfica: Ana Canas Delgado Martins é investigadora auxiliar no Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e diretora do Arquivo Histórico. Tem participado em projetos de investigação envolvendo nomeadamente património arquivístico colonial português e foi investigadora principal em dois deles. Ensinou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e ainda na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Nova e participou em júris académicos. As principais áreas de atividade são a Arquivística e a História.
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Candidaturas abertasPrograma Interuniversitário de Doutoramento em História: mudança e continuidade num mundo global (PIUDHist) 2023-2024
Bolsa de Doutoramento Pedro Almeida Ferreira - Santa Casa da Misericórdia de Lisboa Chamadas / CallsCiclo de Seminários
2023-2024 Caminhos da Historiografia: História e Ciências Sociais dos anos 40 à atualidade Prazos: 25 de Abril e 31 de Julho ExposiçõesCiclos CH-ULisboaNewsletter CH-ULisboaSubscreva a nossa newsletter
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