Realiza-se ente os dias 17 de novembro de 2021 e 7 de abril de 2022, online, o curso livre Budismo, Sustentabilidade e Interdependência: Perspetivas Históricas, no qual serão abordados os temas da interdependência e sustentabilidade no budismo, retraçando o seu percurso genealógico, da atualidade até à antiguidade, e suas interações com a sociedade, até ao âmago primordial das suas doutrinas. Docente: Bruno Antunes Programa Introdução (17, 28 e 24, Nov.) Ciência e Interdependência (3, 8, 9 e 16, Dez.) Sustentabilidade Ambiental (26, Jan.; 1, 2 e 8, Fev.) Sustentabilidade Pró-Social (3, 9, 10, 16, Mar.) Conclusão (23, 30, 31, Mar.; 7, Abr.) Horas: 100 ECTS: 3 Preço: 20 euros Inscrições: [email protected] Organização e coordenação científica Ana Maria S. A. Rodrigues Bruno Antunes |
Programa
Depois de ter estado essencialmente circunscrito à Ásia durante muitos séculos, o budismo alastrou, nos dias de hoje, à escala global, tornando-se um interlocutor significativo, não só ao nível interreligioso, bem como intercultural e científico. Se o tema da interdependência é, desde sempre, central no ideário budista, perfeitamente identificável em textos fundacionais, como por exemplo o Sutra do Coração; já o tema da sustentabilidade tem vindo a ganhar gradualmente mais relevância, sobretudo no contexto dos diálogos estabelecidos globalmente com diversos parceiros da sociedade civil. Na perspetiva budista, porém, estes dois temas são indissociáveis. Iremos aqui, pois, retraçar o seu percurso genealógico, desde a atualidade até à antiguidade, desde as interações do budismo com a sociedade, até ao âmago primordial das suas doutrinas.
Ciência e Interdependência (3, 8, 9 e 16, Dez.)
Os diálogos entre o budismo e a ciência têm sido prolíficos e diversificados, contando já com cinco décadas de intensos intercâmbios, em áreas tão tão diversas como a psicologia, as neurociências, a biologia, a física, a ecologia, a pedagogia ou a economia. Todavia, o caudal de todas as influências e entrelaçamentos do budismo com o desenvolvimento de uma cultura científica não começou nos nossos dias, e procuraremos aqui também discernir como ele remonta até à época medieval e mesmo à antiguidade. Nesta fase do curso, iremos procurar acompanhar os contornos deste enlace entre o budismo e a ciência, nos seus aspetos predominantes, sempre com o tema da interdependência em pano de fundo e debruçando-nos prioritariamente sobre as áreas de mais fértil interação.
Sustentabilidade Ambiental (26, Jan.; 1, 2 e 8, Fev.)
O tema da sustentabilidade ambiental tem estado em grande destaque nas interlocuções recentes entre budistas, cientistas, ativistas e outros agentes sociais. Na nossa época, de intensas e imponderáveis alterações climáticas, procuraremos discernir quais são os contornos desta problemática, sob a ótica da ciência, e procuraremos compreender, também, quais têm sido os contributos específicos do budismo em relação a esta crise e que enraizamento têm no encadeamento histórico das suas fecundas tradições.
Sustentabilidade Pro-Social (3, 9, 10, 16, Mar.)
Outro tema que tem vindo a ser intensamente trabalhado por budistas, na atualidade, é a questão do desenvolvimento de comportamentos pro-sociais. Desde a pedagogia à psicologia, passando pela economia, diversas técnicas de treino mental oriundas do budismo têm vindo a dar o seu contributo para tornar mais eficaz o desenvolvimento de capacidades de aprendizagem, de concentração e de apaziguamento, mas também de desenvolvimento de faculdades pro-sociais, como a empatia, a bondade e a compaixão, indo até à mediação de conflitos e à abertura de vias construtivas de diálogo. Nesta fase do curso, procuraremos acompanhar como se deu esse intercâmbio na história recente e que enraizamentos é que esse tipo de processos foi tendo no “Ethos” budista ao longo da história.
Conclusão (23, 30, 31, Mar.; 7, Abr.)
Por último, passaremos em revista os pontos principais dos diversos temas que estudámos nas fases anteriores, refletindo acerca do modo como estes diversos temas se relacionam entre si. Dessa refleção, procuraremos extrair as linhas gerais daquilo que tenha havido de mais original e esclarecedor no decurso das sucessivas etapas deste estudo, ponderando que novas perspetivas é que esta aprendizagem nos abre sobre a vida, a interdependência e a sustentabilidade do mundo em que vivemos e a nossa postura científica, profissional e académica enquanto investigadores.