(excepcionalmente, dia 17 de Julho, na Cave B)
A produção de literatura funerária teve lugar em todos os períodos da história do antigo Egipto, sendo constituída sobretudo por textos inscritos nas paredes dos túmulos ou gravados em objectos tumulares, como sarcófagos e papiros. Estes textos, que representam o género de corpus mais amplo de todos os géneros do antigo Egipto, funcionariam como auxiliares para o morto atingir o Além na companhia dos deuses. No Império Antigo, estes textos são conhecidos como Textos das Pirâmides, visto que, desde a V dinastia, se encontram inscritos sobretudo nas câmaras e antecâmaras das pirâmides dos reis Unas, Teti, Pepi I, Merenré I, Pepi II e Ibi, bem como das rainhas Uedjebten, Neit e Iput. Os textos mais significativos deste género desenvolvidos no Império Médio são os chamados Textos dos Sarcófagos, inscritos nos sarcófagos privados da elite. Textos das Pirâmides e Textos dos Sarcófagos partilham muitas características, apesar de apresentarem uma grande heterogeneidade de temas e géneros. Em ambos existem níveis que se sobrepõem e correm paralelos sobre o destino final do morto, que podia subir ao céu e juntar-se à barca de Ré ou que podia habitar no submundo com Osíris. Porém, a visão predominante nos Textos das Pirâmides é a de um rei que ascende aos céus como um imperecível, enquanto a visão do triunfo regenerador sobre a morte, quer sob a forma de Ré quer sob a forma de Osíris, é já preponderante nos Textos dos Sarcófagos, generalizando a metáfora da vida eterna. |