No próximo dia 23 de Novembro de 2020 das 15 às 17.30h, terá lugar online o primeiro de um ciclo de seminários organizado pelo Centro de História da Universidade de Lisboa (grupo de investigação Usos do Passado), com o apoio da Biblioteca Naciona de Portugal, intitulado Cem anos de Ensaísmo: de António Sérgio à actualidade. Organização João Príncipe (Universidade de Évora- IHC) Sérgio Campos Matos (Universidade de Lisboa-UL) Descarregar cartaz Ligação ZOOM https://videoconf-colibri.zoom.us/j/8046418405 ID da reunião 804 641 8405 |
Esta é a primeira sessão de um Ciclo de Seminários que visa revisitar criticamente um género marcante na modernidade. Género que muito tem contribuído para alargar horizontes do conhecimento no campo das humanidades e das ciências sociais, com destaque para a história, os estudos literários, a filosofia e as ciências da natureza. E ao mesmo tempo reflectir sobre um pensamento a este respeito muito significativo, iniciado em Portugal com os Ensaios I (1920) de António Sérgio, com prolongamentos e divergências que se desenvolveram até à actualidade. Que conceitos e práticas ensaísticas têm coexistido no mundo ocidental, com destaque para a cultura portuguesa? Começamos pelo caso de David Mourão Ferreira, que neste campo dialogou intensamente com o autor dos Ensaios.
Em 1920, António Sérgio escreveu: “A despeito da diversidade dos seus assuntos, todos os ensaios deste volume têm um único objectivo: a busca da orientação mais verdadeira, e por isso mais fecunda, nos problemas de que depende o ressurgimento da nossa grei”. Dele mais tarde dirá tratar-se de um“livro de pedagogia social e política” (prefácio ao primeiro volume dos Ensaios). Além de atitude mental e forma que, com insistência, procurou caracterizar, para Sérgio o ensaio foi uma forma privilegiada de mediação entre o saber crítico e a opinião pública - isto é de demopedia. Em próximas sessões convocaremos o pensamento de ensaístas como Ortega y Gasset, André Gide, T. Adorno, Edgar Morin, Sílvio Lima, Manuel Antunes, António José Saraiva, Óscar Lopes, Vitorino Magalhães Godinho e Eduardo Lourenço, sempre situando historicamente os problemas que suscitaram.